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Caetano Velloso

Caetano Velloso nasceu em Santo Amaro da Purificação, sendo o quinto dos oito filhos de José Teles Velloso, funcionário público dos Correios, e Claudionor Viana Teles Velloso (Dona Canô) – nascidos no começo do século 20. Na infância, Caetano já demonstrava seu talento para arte, música, desenho e pintura, tendo um gosto especial pelo “rei do baião” Luiz Gonzaga e sambas de roda. Este mesmo interesse inspiraria, anos mais tarde, o nome de sua irmã, Maria Bethânia, baseado em uma famosa canção da época interpretada por Nelson Gonçalves.

Em 1960, aos 18 anos, Caetano mudou-se com a família para Salvador, onde aprendeu a tocar violão e começou a se apresentar em bares e casas noturnas. Com forte influência de João Gilberto, o artista interpretaria diversas canções da bossa nova e colaboraria com o nascimento de um estilo musical que mais tarde seria conhecido como MPB (Música Popular Brasileira). O nome do cantor ficou inicialmente associado ao movimento hippie e à fundação do movimento Tropicalista no Brasil.

Seu primeiro trabalho musical foi uma trilha sonora para a peça teatral “Boca de Ouro”, do escritor Nelson Rodrigues. Entretanto, o cantor seria lançado ao cenário nacional durante a Faculdade de Filosofia da Universidade Federal, quando sua irmã Bethânia gravou uma canção de sua autoria no primeiro disco “Sol Negro”, em que fazia um dueto com Gal Costa. Em 1965, Caetano lançava o seu primeiro compacto com as músicas “Cavaleiro” e “Samba em Paz”. Seu primeiro disco gravado, em parceria com Gal, foi “Domingo”. Produzido por Dori Caymmi, o trabalho contou com o primeiro sucesso de Caetano: a canção “Coração Vagabundo”.

Desde o início da carreira, o artista nunca fez questão de esconder sua posição política. Por sua participação na criação do Tropicalismo, um movimento considerado subversivo no Brasil da ditadura, teve algumas músicas censuradas ou simplesmente banidas no ápice do regime militar. Ficou em quarto lugar no 3º Festival de Música Popular Brasileira com a música “Alegria, Alegria”, mas, em dezembro de 1968, após realizar uma cena marcante no Festival Internacional da Canção com o “É Proibido Proibir”, foi preso com Gilberto Gil. Os dois eram acusados de desrespeitar o hino e a bandeira nacional. Libertados em fevereiro de 1969, seguiram para Salvador onde ficaram confinados. No mesmo ano, após dois shows de despedida no Teatro Castro Alves, partiram para o exílio na Inglaterra. O espetáculo, precariamente gravado, resultou no disco “Barra 69”.

Em 1972, Caetano Veloso retornou ao Brasil. Anos depois, em 76, lançou o disco “Doces Bárbaros”, que levou o nome da banda idealizada por sua irmã, Bethânia, com Gilberto Gil e Gal Costa,. Embora o álbum seja hoje considerado uma de suas grandes produções, o trabalho recebeu duras críticas na época. O músico também deu continuidade ao movimento tropicalista que surgia sob a influência de correntes artísticas de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira.

Nos anos 70 Caetano compôs músicas de sucesso como “Tigresa”, “Odara”, “Leãozinho” e “Sampa”.

Em 1984, Caetano lançou o disco “Velô”, acompanhado pelos músicos da Banda Nova. A década seria marcada por lançamentos e shows maiores no exterior. Dentre as gravações mais representativas deste período, figuram “Os Outros Românticos”, “O Estrangeiro”, “O Ciúme”, “Eu sou Neguinha”, “Outras Palavras”, “Eclipse Oculto”, “Luz do Sol”, “Queixa”, “O Quereres”, “Trem das Cores”, “Língua” e “Podres Poderes”.

O cantor mergulhou nas letras também para relatar as lembranças do Tropicalismo. Em 1997, escreveu o livro “Verdade Tropical” (editora Companhia das Letras), ao mesmo tempo em que lançou o CD-Livro elogiado pela crítica e indicado ao Grammy Latino na categoria World Music. Em 2002, Caetano publicaria outro livro sobre a Tropicália, “Tropicália: uma história de música e revolução no Brasil”. Dois anos depois, seria considerado um dos mais respeitados e produtivos pop stars latino-americanos, com mais de 50 álbuns lançados e canções que se tornariam famosas como trilhas sonoras de filmes como o “Fale com Ela”, “Frida” e “Lisbela e o Prisioneiro”.

Em 2008, Caetano mostrou que ainda estava a pleno vapor, estreando o show “Obra em Progresso”, com canções inéditas. O espetáculo foi apresentado apenas no Rio. Entre as músicas novas estão: “Falso Leblon”, “Lobão tem Razão”, “Perdeu” e “Base de Guantánamo” – gravadas em disco e lançado no ano seguinte com o título de “Zii e Ziê”.

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